A prática de exercício físico na terceira idade não só é importante para melhorar a força física do idoso, mas um bem necessário para fugir da depressão e conviver socialmente. Participar na vida comunitária e continuar a ter projetos são fatores essenciais para viver com qualidade.
"O idoso que freqüenta grupos de atividade física interage com outras pessoas em condições e características comuns com as suas, sente-se melhor aceito pela sociedade”, disse Sergio Braz, coordenador de ginástica aquática da Reebok Sports Club, em São Paulo.
A atividade física promove a saúde mental, contribui para reduzir a ansiedade, a insônia e a depressão, e ajuda a controlar o estresse. É fundamental que o idoso aprenda a lidar com as transformações do seu corpo e tire proveito de sua condição, prevenindo e mantendo a sua autonomia plena.
A prática de atividade física na terceira idade vem se tornando um fenômeno cada vez mais comum. Isto se deve ao simples fato que praticar qualquer tipo de atividade física já melhora e muito a qualidade de vida das pessoas com idade avançada. Segundo estudos, os maiores benefícios comprovados resumem-se basicamente ao aumento da resistência e força muscular.
De forma geral, a atividade física pode trazer resposta muscular rápida e eficiente. Tanto é verdade que centros especializados em reumatologia estão investindo em espaços destinados ao condicionamento físico na terceira idade. Porém os benefícios não param por aí, existem muitos outros atrelados a esta população.
Algumas mudanças são comuns com o envelhecimento: Aumento na quantidade de gordura no organismo, diminuição da força muscular (diminuição da massa muscular), osteoporose (diminuição da massa óssea), ligamentos e tendões mais fracos, diminuição dos reflexos de ação e reação, diminuição da coordenação, habilidade motora e da aptidão física.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, aproximadamente 5% de quedas que acometem idosos levam a fraturas, sendo que as mulheres fraturam mais que os homens, mas estes morrem mais de fraturas. Quando não ocorre fratura, a dor e a redução dos movimentos podem causar isolamento pela diminuição da auto-estima, tanto pela queda quanto pelo aumento da dependência.
Através de exercícios, além de combater a obesidade, o que evita e retarda o surgimento de diabetes, e melhora a capacidade aeróbica também é possível reduzir-se a perda da massa óssea (osteoporose), e em alguns casos, recuperá-la. Junto a isso, músculos e ossos fortes diminuem os riscos de quedas e de fraturas de fêmur e de quadril, tão temidas após os sessenta anos.
O que poucos sabem é que o fortalecimento muscular reduz dores já existentes provenientes de doenças como artrite, tendinite, bursite, artrose (bico de papagaio) e problemas de coluna, segundo Evelin Goldemberg, doutora em reumatologia da Escola Paulista de medicina em São Paulo (UNIFESP).
Há cada vez mais evidências científicas apontando o efeito benéfico de um estilo de vida ativo na manutenção da capacidade funcional e da autonomia física durante o processo de envelhecimento.
Além dos benefícios já citados anteriormente podemos ainda acrescentar: melhoria da coordenação motora, ganho de equilíbrio, ganho de flexibilidade, ganho de velocidade ao andar, diminuição do risco de doenças cardiovasculares, controle de diabetes, diminuição geral de dores (endorfinas), e sensação de bem estar.
Segundo (PIRES et al., 2002; BARBOSA, 2001; BONACHELA, 1994; KRASEVEC & GRIMES; POWERS & HOWLEY, 2000; SILVA & BARROS, 1996) as capacidades físicas, as modificações anatomo-fisiológicas, as alterações psicos-sociais e cognitivas, são regredidas ao decorrer do processo de envelhecimento, bem como: Capacidades Físicas - há uma diminuição de: coordenação motora grossa e fina, habilidades, equilíbrio, esquema corporal, visão e audição; Modificações Anatomo-fisiológicas - hipotrofia cerebral e muscular, diminuição da elasticidade vascular e muscular, concentração de tecido adiposo, tendência à perda de cálcio pelos ossos, desvios de coluna, redução da mobilidade articular, altura, densidade óssea, volume respiratório, resistência cardio-pulmonar, freqüência cardíaca máxima, débito cardíaco, consumo máximo de oxigênio e mecanismos de adaptação (hemodinâmicos, termorreguladores,imunitários e hidratação), insuficiência cardíaca;
Função Cognitiva - é expressa pela velocidade de processamento das informações, assim influenciadas pela quantidade de motivação e estimulação. Com isso, só sofrerá negativas se não for estimulada.
Alterações Psicossociais - ocorre, a diminuição da sociabilidade, a depressão, mudanças no controle emocional, isolamento social e baixa auto-estima, ocasionadas pela aposentadoria, pela dificuldade auditiva, visual e motora, pela síndrome do ninho vazio (saída dos filhos, de casa), pela impotência sexual, entre outras.
O envelhecimento é marcado por um decréscimo das capacidades motoras, redução da força, flexibilidade, velocidade e dos níveis de VO2 máximo, dificultando a realização das atividades diárias e a manutenção de um estilo de vida saudável (MARQUES, 1996). Ocorrem alterações fisiológicas durante o envelhecimento que podem diminuir a capacidade funcional, comprometendo a saúde e qualidade de vida do idoso. Essas alterações acontecem: ao nível do sistema cardiovascular; no sistema respiratório com a diminuição da capacidade vital, da freqüência e do volume respiratório; no sistema nervoso central e periférico, onde a reação se torna mais lenta e a velocidade de condução nervosa declina e; no sistema músculo-esquelético pelo declínio da potência muscular, não só pelo avanço da idade mas pela falta de uso e diminuição da taxa metabólica basal (FARO JR., LOURENÇO & BARROS NETO, 1996c; MATSUDO & MATSUDO, 1992; SKINNER, 1991).
Segundo os médicos, comprovando o que os pesquisadores citaram a cima, exercícios adequados e regulares ajudam a manter o peso ideal, regulam as funções cardiorespiratórias, fortalecem a musculatura e dão mais equilíbrio ao corpo. Além disso, fazem o sangue fluir melhor e levar mais oxigênio para todas as partes do corpo, reduzem o colesterol ruim, que obstrui as artérias, e elevam o nível de colesterol bom, que ajuda a proteger contra as doenças cardíacas.
Esses aspectos irão influenciar na melhoria da qualidade de vida (MATSUDO & MATSUDO, 1992; APELL & MOTA, 1991; MARQUES, 1996) e poderá atenuar os efeitos da diminuição do nível de aptidão física na realização de atividades e na manutenção de um maior grau de independência (MARQUES, 1996).
Afirmam (MATSUDO & MATSUDO apud SILVA & BARROS, 1998; PIRES et al., 2002; BARBOSA, 2001; BONACHELA, 1994; KRASEVEC & GRIMES), que os objetivos de um programam de atividade física, para a terceira idade, deve obter exercícios diretamente relacionados com as modificações mais importantes e que são decorrentes do processo de envelhecimento. Tais como:
- Promover atividades recreativas (para a produção de endorfina e andrógeno responsável pela sensação de bem-estar e recuperação da auto-estima);
- Atividades de sociabilização (em grupo, com caráter lúdico);
- Atividades moderadas e progressivas (preparando gradativamente o organismo para suportar estímulos cada vez mais fortes);
- Atividade de força, com carga (principalmente para os músculos responsáveis por sustentação/postura, evitando cargas muito fortes e contrações isométricas);
- Atividades de resistência (com vista a redução das restrições no rendimento pessoal);
- Exercícios de alongamento (ganho de flexibilidade e de mobilidade)
- Atividades de relaxamento (diminuindo tensões musculares e mentais). Sempre que respeitados em suas condições e limites, reagem de forma prazerosa e participativa. Gostam de desafios que possam ser superados, mostram muita vontade e interesse, são muito gratos pela atenção e acabam tornando-se amigos de seus professores. Estes laços diminuem a ansiedade e aumentam muito a auto-estima.
Segundo dados científicos a participação em um programa de exercício leva à redução de 25% nos casos de doenças cardiovasculares, 10% nos casos de acidente vascular cerebral, doença respiratória crônica e distúrbios mentais.
Talvez o mais importante seja o fato que reduz de 30% para 10% o número de indivíduos incapazes de cuidar de si mesmos, além de desempenhar papel fundamental para facilitar a adaptação à aposentadoria.
Josceneia Aparecida Stalter Engers
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